O Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o TOC, é um transtorno mental que se apresenta de forma bastante variada envolvendo a presença de obsessões e compulsões. As obsessões são idéias, imagens ou impulsos indesejáveis que invadem de forma repetitiva a mente da pessoa. Mesmo não desejando ou percebendo que estas ideias são absurdas, ela não consegue deixar de tê-las. Em alguns casos a obsessão é camuflada e é percebida apenas como “uma sensação de que algo ruim pode acontecer”. As obsessões causam muita ansiedade e desconforto emocional. Já as compulsões aparecem como o resultado da necessidade que estas pessoas sentem de fazer algo para diminuir o desconforto e o sentimento de aversão causado pelas obsessões. As compulsões geralmente são atos repetitivos e estereotipados, realizados de forma intencional, porém sem que a pessoa tenha total controle sobre os mesmos. São reconhecidos como absurdos e interferem significantemente na vida profissional, social e familiar. Alguns exemplos mais comuns de TOC são aqueles relacionados com a limpeza e necessidade de ordem. É a pessoa que, por se sentir suja ou contaminada, tem a necessidade de lavar repetidamente as mãos, não toca em vários objetos, ou quando o faz é com um paninho para evitar o contato, toma banhos demorados, escova excessivamente os dentes e assim por diante. No caso da ordem, é a necessidade de ter tudo exatamente no lugar ou ter os objetos colocados de uma forma específica. Muito frequente também são as compulsões de verificação: olhar várias vezes se o gás de fogão está desligado, se a porta está fechada, refazer várias vezes a mesma coisa para ter certeza de que está bem feito.
Assim, a apresentação clínica do TOC pode variar muito entre as pessoas dependendo da combinação entre obsessões e compulsões. Vai desde a presença de somente obsessões até o predomínio das compulsões.
Dúvidas constantes, lentificação na realização das tarefas diárias, medos e evitações exageradas e o colecionismo podem, também, ser manifestações do transtorno obsessivo-compulsivo.
A prevalência do TOC é em torno de 2,5% da população. Entre crianças e adolescentes a prevalência estimada é de 0,4 a 1%. Este transtorno pode surgir de forma abrupta, após um evento desencadeante, ou insidiosamente, seguindo um curso crônico com evolução variável. Alguns trabalhos apontam o início precoce como fator de mau prognóstico.
