O tratamento do TOC apoia-se em duas abordagens terapêuticas: o tratamento medicamentoso e a Terapia Comportamental.
No que se refere ao tratamento medicamentoso, a primeira escolha são os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina (IRS). São os mesmos fármacos utilizados para tratar a depressão, porém para o TOC são necessárias doses mais altas e a melhora pode demorar até 3 meses para surgir. Infelizmente, somente 30 a 40% dos casos costuma responder à medicação, conforme foi demonstrado em diversos estudos. Na maioria dos pacientes, a medicação traz uma melhora parcial e apenas 20% ficam inteiramente livres das manifestações da doença. Mesmo aderindo ao tratamento farmacológico, muitos pacientes são totalmente refratários, isto é, não obtém melhora alguma, e outros não toleram os efeitos adversos dos remédios.
O tempo de uso da medicação, uma vez obtida resposta terapêutica, varia de caso para caso, nunca com retirada antes de um ano. As recaídas após a interrupção costumam ser frequentes e, nestes casos, pode ser necessário o uso para toda vida.
A terapia comportamental (TC) é específica para o tratamento do TOC. Baseia-se na técnica chamada de “exposição e prevenção de resposta”. Este tipo de terapia vem sendo utilizada há mais de duas décadas no TOC e diversos estudos já demonstraram sua eficácia. Como o nome da técnica diz, dois procedimentos são os ingredientes essenciais na terapia comportamental: a exposição e a prevenção de resposta. A exposição consiste em expor o paciente a situações ou lugares que desencadeiam suas obsessões ou em ele tocar objetos que costuma evitar. Em seguida, ele deve se abster de realizar os rituais que aliviam o desconforto gerado pela obsessão. Através da terapia, o paciente é ensinado e auxiliado a resistir aos seus rituais. Em casos onde predominam as compulsões, a TC costuma ter resultados bastante promissores, muito acima da medicação.
Em função das limitações inerentes tanto na resposta à medicação como à terapia comportamental, a associação de ambas tem sido recomendada na maioria dos casos para o tratamento do TOC.
