Tomar antidepressivo não é igual a ser feliz.

Há muitos anos, quando os atuais e modernos antidepressivos chegaram ao Brasil, houve uma euforia a respeito deste tipo de medicação. Criou-se um mito da “pílula da felicidade”. Contudo, apesar de serem excelentes medicações e em muito auxiliar no tratamento de diversos transtornos mentais, elas têm suas limitações, e muito dos nossos sofrimentos psíquicos não são resolvidos apenas com um remédio.

Várias doenças psiquiátricas têm como causa alterações na transmissão sináptica, isto é, a forma como uma célula cerebral se comunica com outra. Esta comunicação se faz através de substâncias químicas, conhecidas como neurotransmissores. De todos os neurotransmissores existentes em nosso cérebro, os antidepressivos atuam principalmente em três: a noradrenalina, a serotonina e a dopamina. Existe o grupo de antidepressivos que agem somente na serotonina chamados Inibidores da Recaptação de Serotonina, os que agem em serotonina e noradrenalina, chamados de duais e os que agem em dopamina. Todos eles possuem eficácia comprovada e um não é melhor que o outro. A escolha de qual deles utilizar vai depender exclusivamente do tipo de transtorno que se vai tratar e características próprias de cada paciente. Apesar dos antidepressivos serem medicações seguras, bem estudadas e muito eficazes quando bem utilizadas, como toda medicação, possuem seus riscos e efeitos colaterais. Assim, acreditar que um remédio vai ser capaz de  eliminar todos os nossos sofrimentos, nos deixando eternamente felizes, é uma utopia.

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