Todos nós sabemos o que é insônia: é a dificuldade de dormir ou dormir mal. Entretanto, poucos sabem que a insônia é um dos transtornos do sono mais comuns na população em geral. Ela pode ser classificada de três formas diferentes:
- Pela incapacidade de iniciar o sono, que se chama insônia de conciliação;
- Pela dificuldade em manter o sono, que é a insônia de manutenção;
- Pelo tempo insuficiente de dormir, causado pelo despertar precoce.
A falta de sono ou a má qualidade dele irá se refletir no dia seguinte, com a presença de irritação, dificuldade de concentração e memória, fadiga e sonolência.
Chamamos de “insônia crônica primária” aquela que não tem relação com nenhuma doença ou nenhum fator externo seja a sua causa. Afeta de 10 a 25% da população, porém normalmente estas pessoas não buscam auxílio especializado, convivendo com este problema por anos ou fazendo uso de medicações por conta própria.
A chamada “insônia secundária” é mais comum e está, em geral, associada a diversos transtornos psiquiátricos e/ou mentais, como depressão, ansiedade, abuso de álcool e drogas.
Fatores externos afetam consideravelmente a qualidade do sono. Assim, hábitos ruins podem ser a causa da má qualidade do sono. Dormir em horários irregulares, fazer cochilos prolongados durante o dia, usar substâncias estimulantes, como café, coca-cola, chimarrão, chá preto, próximo à hora de dormir, ter um ambiente inadequado para o sono com luz e/ou muito ruído, e assim por diante. Na medida em que as primeiras noites de insônia ocorrem, o indivíduo começa a ficar receoso de que não irá dormir bem na próxima noite. Esta apreensão e receio de que não irá dormir contribuirá para que realmente ocorra uma dificuldade para iniciar o sono, criando uma crença de que “dormir é difícil”. Este aspecto emocional na hora de deitar pode ser determinante para a demora em iniciar o sono.
A primeira abordagem terapêutica para a insônia é a mudança de hábitos, o que se chama “higiene do sono”. É a modificação de todos os fatores que possam estar contribuindo para a mesma associada a algumas técnicas de controle da ansiedade antecipatória na hora de deitar. Também é necessário avaliar outras doenças, tanto físicas como mentais, que possam estar dificultado o sono. Frequentemente, ao tratá-las, a insônia se resolve.
O uso de hipnóticos, isto é, medicações que induzem o sono, podem ser úteis no início do tratamento. Contudo, o uso continuado destes remédios pode causar dependência. Após um tempo continuado de uso (alguns meses), a medicação vai lentamente perdendo seu efeito de induzir o sono e a pessoa acaba tendo que aumentar a dose. Por fim, mesmo com a dose mais alta, o efeito não é mais o mesmo daquele obtido no início do uso. Quando isto ocorre, a retirada da medicação causa mais insônia ainda, ficando a pessoa refém do uso de um remédio que não ajuda mais. Além disto, estas medicações interferem na capacidade de memória. Especialmente idosos não devem fazer uso das mesmas sem acompanhamento médico.
